Procedimento

Postectomia

O objetivo deste texto é orientar sobre o que esperar após a cirurgia de postectomia ou circuncisão. É importante entender os objetivos e também estar ciente das etapas normais e dos riscos que acontecem após esta cirurgia.

A cirurgia é realizada naqueles portadores de fimose, quando a pessoa tem muita dificuldade ou não consegue expor a glande (cabeça do pênis), devido a um estreitamento ou aderência da pele; mas também é realizada naqueles que não possuem fimose mas apresentam infecções de repetição – vermelhidão, ardência, coceira, úlceras, inchaço e fissuras na pele.

Muitos desses pacientes que apresentam infecções repetidas se deve ao excesso de pele (prepúcio) que cobre toda a glande, permitindo o acumulo de fungos e esmegma (sebo). Esses casos de excesso de prepúcio não devem ser confundidos com fimose.

Objetivos da cirurgia – Manter a glande parcial ou totalmente exposta para evitar:

  • Dor e dificuldade nas relações sexuais
  • Infecções de repetição
  • Inflamação crônica da pele e tecidos adjacentes
  • Estenose do meato uretral (estreitamente da parte final do canal da micção).
  • Câncer de pênis naqueles pacientes em que o processo inflamatório persista por muitos anos

O que não é normal, mas que pode acontecer – possíveis complicações que acontecem em menos de 10% dos casos:

  • Deiscência de pontos – Em alguns pacientes, principalmente naqueles que tem ereções prolongadas após a cirurgia, alguns pontos podem se romper com subsequente afastamento das bordas da ferida operatória.
    Quando são poucos pontos que se rompem a conduta é conservadora, ou seja, não se dá mais pontos, mas a ferida demora mais para cicatrizar e em uma minoria dos casos a cicatriz pode ficar esteticamente inadequada. Quando são muitos pontos rompidos as vezes é necessário refazer a sutura.

  • Infecção da ferida – Em alguns pacientes que não mantém higiene adequada no pós operatório, que não tomaram as medicações corretamente, ou que tem deficiência imunológica, pode ocorrer a formação de pus na ferida e até deiscência. Nestes casos a cicatrização será mais lenta e o risco maior da cicatriz não ficar esteticamente adequada.
  • Hematoma – O pênis ficar roxo e inchado. Isto acontece quando vasos sangram internamente e este sangue fica coletado na pele profunda. Pode acontecer em pacientes com distúrbio de coagulação, que não param de tomar remédios anticoagulantes ou antiagregantes, ou que fazem esforço no pós-operatório.
    Nestes casos a conduta é normalmente conservadora, ou seja, se espera que o sangue seja reabsorvido, mas raramente (menos de 1%) pode ser necessário reoperar para estancar o sangramento dos vasos.

  • Cicatriz esteticamente inadequada, seja pela deiscência de pontos ou infecção já abordados, ou por tendência genética de formação de queloides, que são cicatrizes “exageradas” em que o tecido cicatricial fica muito saliente.

Complicações MUITO raras da cirurgia (menos de 1% dos casos):

  • Estenose do meato uretral
  • Fístula uretral
  • Linfedema persistente
  • Necrose da pele ou da glande

Antes da cirurgia será apresentado um termo de consentimento informado padrão, em que estes riscos serão novamente mencionados.

É importante que você entenda estes riscos antes de se submeter a operação e pergunte ao médico se não entender alguma coisa.

Se decidir não assinar o termo estará subentendido que você não aceita correr os riscos e portanto não será operado.

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